segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Marketing Francês - Luiz Felipe Pondé


Stuart Mill
Luiz Felipe Pondé, Folha de São Paulo, 12/11/2011


Nada há na Revolução Francesa que remotamente tenha a ver com liberdade, igualdade e fraternidade


A Revolução Francesa (1789-1799) é um fenômeno de marketing. Foi importante para medirmos a febre de um país sob um rei incompetente e não para nos ensinar a vida cotidiana em democracia.
Nada há na Revolução Francesa que tenha a ver com liberdade, igualdade e fraternidade. Essas palavras são apenas um slogan que faz inveja a qualquer redator publicitário.
Esse slogan, aliado ao que os revolucionários fizeram (mataram, roubaram, violentaram, enfim, ideologizaram a violência em grande escala), é uma piada.
É uma aula de marketing político: todo mundo cita a Revolução Francesa como ícone da liberdade.
O marketing da revolução ficou a cargo da filosofia. Primeiro caso na história de um fato claramente ideologizado para vermos nele outra coisa. Os "philosophes" do Iluminismo contribuíram muito para essa matriz do marketing político de todos os tempos, a Revolução Francesa.
Começa com a criação da ideia de que existe uma coisa chamada "povo que ama a liberdade" para além da violência que ele representa quando desagradado.
"Povo" é uma das palavras mais usadas na retórica democrática e mais sem sentido preciso.
A única precisão é quando há violência popular ou quando muitos morrem de fome por conta da velha miséria moral humana.

As "cheerleaders" da primavera árabe têm orgasmos nas ruas de Damasco, Trípoli, Cairo e Tunis. Já imaginam os árabes lendo Rousseau, Marx e Foucault (que, de início, "adotou" a revolução iraniana). Dançam para esses movimentos como se ali não estivessem em jogo divisões religiosas atávicas do próprio islamismo, quase total ausência de instituições políticas, tribalismo atroz, grupos religiosos fanáticos muito próximos do crime organizado, para não falar do óbvio terrorismo. 
De vez em quando, o "povo" mata, lincha, violenta e destrói cidades, a casa dos outros e o diabo a quatro.
Mas como (e isso é um dado essencial do efeito do marketing da Revolução Francesa) pensamos que o mundo começou em 1789, achamos que o "povo" nunca destruiu tudo o que viu pela frente antes da queda da Bastilha.
A historiadora americana Gertrude Himmelfarb, em seu livro essencial "Caminhos para a Modernidade", publicado no Brasil pela É Realizações, chama o iluminismo francês de "ideologia da razão", com toda razão.
Os "philosophes" criaram um fantasma chamado "la raison", que seria a deusa dos revolucionários.
Se no plano bruto "la raison" justificaria assassinatos nos tribunais populares (que deixam as "cheerleaders" dos movimentos populares até hoje em orgasmo), no plano sofisticado do pensamento, seria a única capaz de entender e organizar o mundo desde então.
Esse fantasma da "la raison" nada tem a ver com a necessária faculdade humana de pensar para além dos desejos e medos humanos, que é muito dolorosa e rara.
Ela é uma deusa mítica que ficaria no lugar do Deus morto, dando a última palavra para tudo.
Foram muito mais os britânicos e americanos que nos ensinaram a vida cotidiana em democracia. Mas o iluminismo anglo-saxão não foi marqueteiro.
Nas palavras de Himmelfarb, os britânicos, com sua "sociologia das virtudes", buscavam compreender como as pessoas e as sociedades geram virtudes e vícios. Entre elas, a benevolência e o hábito de respeito à lei comum.
Os filósofos americanos criaram uma "política da liberdade", nas palavras de Himmelfarb.
Eles associavam a qualidade de pensadores a de homens políticos práticos que investigavam a liberdade, não como uma ideia abstrata, mas como algo a ser preservado pela lei da tentativa contínua do homem em destruí-la em nome de qualquer delírio.
Daí as instituições americanas serem as mais sólidas, até hoje, em termos de defesa dos indivíduos contra os delírios do governo e do Estado.
Os britânicos e os americanos nos ensinaram a liberdade que conhecemos e que dá a você o direito de dizer e pensar o que quiser nos limites da lei.
É hora de deixar nossos alunos lerem mais Locke, Hume, Burke, Tocqueville, Stuart Mill, Oakeshott, Berlin, os federalistas e antifederalistas, Rawls, Strauss e não apenas Rousseau, Marx e suas crias.

ponde.folha@uol.com.br

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Declaração da Independência dos Estados Unidos

'We hold these Truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty, and the pursuit of Happiness."


Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
Fonte: The Unanimous Declaration of the Thirteen United States of America, 1776.

domingo, 14 de agosto de 2011

Willian Wallace (Speech on Brave Heart)

"I am William Wallace. And I see a whole army of my countrymen,here in defiance of tyranny! You have come to fight as free men. And free man you are! What will you do without freedom? Will you fight?"
"Two thousand against ten?" - the veteran shouted. "No! We will run - and live!""Yes!"
Wallace shouted back. "Fight and you may die. Run and you will live at least awhile. And dying in your bed many years from now,would you be willing to trade all the days from this day to that for one chance, just one chance, to come back here as young men and tell our enemies that they may take our lives but they will never take our freedom!!!"
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Willian Wallace, herói escocês (1276-1305) - Guerreiro escocês foi o precurssor da liberdade da Escócia tendo como grande feito ter vencido os ingleses na batalha de Stirling Bridge. Retratado no filme "Brave Heart" por Mel Gibson. (cuidado - o filme apesar de excelente possui muitos anacronismos históricos).

terça-feira, 5 de julho de 2011

10 razões para ser contra a fusão Pão de Açúcar x Carrefour


DEZ RAZÕES. 
APENAS UMA SERIA SUFICIENTE.
PODERIAM SER MAIS DE MIL!


PARA O CONTRIBUINTE
1. DINHEIRO DO CONTRIBUINTE
Apenas essa razão já seria mais do que suficiente. Destinar dinheiro expropriado da sociedade para repassá-lo a um bilionário brasileiro e a um grupo francês, impensável!
2. JUROS SUBSIDIADOS
O governo toma no mercado à taxa selic + até 12% de juros e vai emprestar à 6% ao ano. Adivinhe quem banca a diferença?
PARA O CONSUMIDOR
3. AUMENTO DE PREÇOS
Concentração de mercado leva à uma menor competição. Menor competição significa sempre aumento de preços .
4. POSSIBILIDADE DE COMBINAÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE PREÇOS E DESCONTOS
Com poucos players no mercado ficarão facilitadas estratégias combinadas de preços e promoções.
Já vivemos isso no Brasil nos tempos da Autolatina, que reunia Ford e Wolks. Se a Coca no Wall-Mart estiver a 1,60 estará 1,60 no Carrepão.

5. QUEDA NA QUALIDADE DE ATENDIMENTO E SERVIÇOS ADICIONADOS
Novamente menor competição serpa negativa, com queda na  qualidade de atendimento e serviços adicionados. 
6. PERDA DO DIREITO DE ESCOLHA COM MENOR VARIEDADE DE PRODUTOS NA GÔNDOLAS
Esse é um problema indireto da concentração.O consumidor será submetido à uma menor variedade de produtos, ficando refém das grandes lojas que optarão por grandes marcas com maior capacidade de negociação.  
PARA EMPRESAS FORNECEDORAS MÉDIAS, REGIONAIS E NOVAS EMPRESAS
7. IMPOSSIBILIDADE DA ENTRADA DE NOVOS E INOVADORES PRODUTOS
Além de restringir as opções, a concentração vai restringir sobremaneira a entrada de produtos e marcas diferentes. As empresas com menor capacidade de produção e negociação perderão penetração ou mesmo serão alijadas do mercado, assim como as empresas regionais.
PARA OS TRABALHADORES
8. DESEMPREGO DIRETO
Carrefour e Pão de Açúcar não manterão duas lojas na mesma região. Dois setores administrativos não serão mais necessários. 
9. DESEMPREGO INDIRETO
As pequenas redes não suportarão a concorrência. Também as empresas com acesso limitado às gôndolas e as empresas regionais perderão mercado ou mesmo fecharão as portas.
PARA O PAÍS
10.  RESERVA DE MERCADO COM IMPOSSIBILIDADE DA ENTRADA DE NOVOS PLAYERS  
Pelo domínio de mercado será impossível a entrada de novos supermercados desestimulando a inovação, novas formas de relacionamento com o cliente, novos formatos de negócio, condenando o consumidor a um só padrão de empresa varejsta.


O argumento de fortalecimento de uma empresa nacional, por si só é uma falácia. O BNDES fez isso com a AMBEV que poucos anos depois virou belga. E você lembra o grande argumento? Fazer do Guaraná Antarctica um refrigerante com penetração mundial. E o que aconteceu? Nada. Apenas retiraram o principal concorrente das prateleiras, o Guaraná Brahma. Uma vez mais o pais da mentira está bem servido. 
Parabéns Abílio Diniz, refez sua fortuna e a está multiplicando com os impostos da macacada.
Ps: Abílio Diniz foi um dos maiores financiadores da campanha de Dilma Roussef e é hoje membro do Câmara de Gestão e Competitividade do Planalto. Assim fica fácil!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Liberdade Extinta

Liberdade: conceito extinto em um país onde a cultura da hipossuficiência individual se expressa no estatismo, na indolência endêmica e na absoluta tolerância à ausência de padrões éticos. 
As responsabilidades individuais foram extirpadas sofisticamente em nome de supostos direitos difusos enquanto demagogos e burocratas locupletam-se de poder e condenam o país ao servilismo.
Não há que se respeitar uma população que entrega seu destino à burocratas e muito menos pseudo-intelectuais que se arvoram no direito de determinar esse destino. Aos livres, resta-nos resistir, em situação de guerra, sabedores que nenhum burocrata jamais irá determinar nosso destino e que, não importa o que tentem nos impor, seremos livres, e como tal, estaremos entre os mais bem sucedidos.